quinta-feira, 27 de março de 2008

Ninho


















Ninho

Qual rei
Poderia sonhar com tal poder?
Que arquiteto
Poderia conceber tão belo templo?
Que ao menos
Numa fração de singeleza
Pudesse se comparar ao meu castelo
Com toda beleza que daqui contemplo!

Poema de Eraldo Santos
sobre foto de Carlos Terra

sexta-feira, 21 de março de 2008

Além mar












Além mar

Sobre o mar
Lanço o meu olhar perdido,
O que se encontra
Muito além
Desse além mar?
São meus limites
Que estão se confundindo?
Serão meus desejos
Sem limites para sonhar?

Poema de Eraldo Santos
sobre foto de Carlos Terra

segunda-feira, 17 de março de 2008

Rarindra Prakarsa - Galeria

Vejam o que esse fotógrafo consegue fazer com suas fotos, utilizando com bom gosto e sutileza, os poderosos efeitos do photoshop. As imagens falam por si...




















quarta-feira, 12 de março de 2008

Contemplar



Contemplar

Passa o tempo
Sem a menor pressa,
Eterno ritual
Na discreta imensidão.
E leva consigo a beleza,
E leva consigo a certeza,
Me enchendo de solidão!

Poema de Eraldo Santos
sobre foto de Carlos Terra

segunda-feira, 10 de março de 2008

Querer










Carlos Terra

Quando quero ser contido,
sou exagerado
Quando quero ser impulsivo,
sou sossegado
Quando quero ser frágil,
sou inquebrável
Quando quero ser inflexível,
eu sou maleável

Quando quero ser dono de mim,

controlar meus desejos, ser razão.

Eu me entrego todo a ti, envolvido na teia da paixão.

Quando quero ser indiferente,
sou partidário
Quando quero ser insensível,
eu sou solidário
Quando quero ser intrépido,
sou vacilante
Quando quero ser teu amigo
eu sou teu amante

Quando quero ser dono de mim,

controlar meus desejos, ser razão.

Eu me entrego todo a ti, envolvido na teia da paixão.


Quadras soltas









Carlos Terra

É assim que prosseguimos
Sem saber onde chegar
Quando fico estou partindo
Quando vou quero ficar

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A razão de toda vida
É o encontro com a morte
No silêncio de seu sopro
Traga o fraco, traga o forte

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É como saltar no abismo
Sem saber o que te espera
Pode ser que seja o anjo
Pode ser que seja a fera

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Somos parte de um todo
Que não tem pricínpio ou fim
Posso ser parte de ti
Podes ser parte de mim

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Quando penso que termina
É apenas o começo
Quando te abraço por fora
Quero ter o teu avesso

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O amor é abstrato
Insondável e infiníto
Quando invade a minha alma
O teu nome vem num grito

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Quando a noite traz teu sono
E o silêncio é intenso
Voçe para de pensar
É então quando mais penso

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Quando a seca no nordeste
Torra tudo e faz faxina
Para poucos é fortuna
Para muitos é ruina

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Novas emoções sentimos
Cada dia que vivemos
Sem deixar de relembrar
Aquelas que já tivemos

domingo, 9 de março de 2008

Asas da poesia







Carlos Terra

Nos meus versos me transporto
Ganho asas pra voar
Subo no mais alto monte
Desço ao mais profundo mar

Nos meus versos eu sou livre
Sem limites sem barreiras
Não me prendo a tempo e espaço
Não aceito as fronteiras

Nos meus versos sou herói
Sou galante cavalheiro
Bravo, justo e destemido
Belo, amante e aventureiro

Nos meus versos sou mambembe
Sou poeta, sou cantor
Levo encanto e fantasia
Nos lugares aonde vou

Nos meus versos eu divago
Lá no espaço, aqui na rua
Posso tocar as estrelas
Posso passear na lua

Nos meus versos eu sou sério
Mas também posso brincar
Sonho que estou acordado
Ou acordo pra sonhar

Nos meus versos sou passado
Sou presente sou futuro
Sou o dia, sou a noite
Sou o claro e o escuro

Nos meus versos dou de barro
De cristal, até de ouro
Se quiser sou sem valor
Ou então nobre tesouro

Nos meus versos sou a pedra
Sou o fogo, sou o ar
Posso ser até a brisa
Quando quero te abraçar

Nos meus versos posso ser
Eu, você quem eu quiser
Velho, jovem ou menino
Ser um homem, ser mulher

Nos meus versos eu sou fera
Sou cordeiro, sou leão
O mergulho de um peixe
O voar do gavião

Nos meus versos sou a morte
E a tristeza dos errantes
Também posso ser a vida
E a alegria dos amantes

sábado, 8 de março de 2008

Asas da liberdade

Asas da liberdade

O meu amor
É rebelde como o vento,
A liberdade
Um trampolim para saltar.
A minha sorte
Eu escrevo em um repente,
Pois minha vida
Me deu asas pra voar.

Poema de Eraldo Santos
sobre foto de Carlos Terra

sexta-feira, 7 de março de 2008

José - Carlos Drumond de Andrade

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Espelho

Espelho

A beleza se molda
Em um sublime momento,
Sem ao menos exigir
Da vida um pretexto.
E muitas vezes se mostra
No simples refletir
Que coloca a vida e a arte
No mesmo contexto.

Poema de eraldo Santos
sobre foto de Carlos Terra

quinta-feira, 6 de março de 2008

Caatinga


Caatinga
(Carlos Terra)

Na secura deste solo
na dureza dos espinhos,
só os fortes sobrevivem
carcará faz os seus ninhos.

Nessa imagem tão selvagem
onde quase nada vinga,
posso ver vida e beleza
na paisagem da caatinga.